ADRIANA SCHNEIDER

02/12 | sexta | 14h – 16h30 | Porto Iracema das Artes
Cidade correria: etnografia de uma cena coletiva

ENCONTRO: AÇÕES POLÍTICAS EM CENA EXPANDIDA: HOSPITALIDADE, CONFLITO E ESTETIZAÇÃO DA POLÍTICA | Esta comunicação abordará questões que perpassam a pesquisa “Processos de criação da cena – Parte 2 – Corpo e política na cidade”, que surgiram no desenvolvimento do espetáculo Cidade Correria, dirigido por Adriana Schneider e Lucas Oradovschi, com o Coletivo Bonobando. Criado em 2014, o Coletivo é formado por jovens artistas de territórios populares, a partir de uma residência artística de dois anos realizada na Arena Carioca Dicró, na Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro. A experiência permitiu uma relação sensível e política com o território, através da descentralização e do atrito entre as diferenças na cidade. Este dissenso, direcionado a uma dramaturgia coletiva, foi operado em conhecimento compartilhado através das relações entre corpos (urgentes / insurgentes) com histórias, memórias e desejos distintos. Em Cidade Correria, a cena, compreendida aqui em seu sentido expandido tanto em termos éticos, quanto estéticos, por isso intrinsecamente políticos, conjugou as práticas cotidianas desta juventude, colocando em xeque noções ainda restritas de teatro contemporâneo, modos de produção e criação, periferia, entre outras.. Para analisar esta cena, serão examinadas as relações entre arte e política, abordando questões sobre a estetização da política, o debate sobre a representação, a circulação e as narrativas sobre a cidade, o ativismo, a biopolítica, etc. Serão tomadas como base a conjuntura brasileira e o campo de políticas culturais.

Adriana Schneider é atriz e diretora de teatro, com diversos espetáculos encenados. Integrante do Coletivo Bonobando e do Grupo Pedras. Professora do Curso de Direção Teatral e atual coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena, da Escola de Comunicação da UFRJ. Formada em Comunicação Social – Jornalismo pela PUC-RJ (1994), com mestrado em Artes Cênicas pelo PPGAC / UNIRIO (2001) e doutorado em Antropologia pelo PPGSA / IFCS / UFRJ, com estágio doutoral na FU-Berlin (2007). Pós-Doutorado em História do Teatro Brasileiro no PPGAC-UNIRIO (2008). Recebeu o Prêmio de Pesquisa por Abertura de Campo do Instituto Internacional da Marionete, de Charleville-Mézières, na França, pela tese de doutorado, em setembro de 2015.